sábado, 14 de março de 2015

O tombo

Lisboa, Março de 2015


A reunião fluía bem! Tudo no seu tempo, apesar de um ligeiro atraso. Sem problemas. Estávamos discutindo detalhes finais. Eu estava um pouco alheia, confesso... a coordenação deste tipo de evento me consome, mas é extremamente gratificante.


Estava pensando nas visitas do dia anterior, de como todos estavam conectados, contentes, intercambiando ideias...


Peguei um pendrive da mão do chefe e estava a ponto de passar as apresentações a ele. De repente aconteceu: o tombo.

Acho que me sentei na beirada da cadeira, as rodinhas foram empurradas pra trás e eu fiquei, ou melhor, fui. Pro chão.

Não bastando bater a bunda, bati o ombro, o pescoço e tomei uma cadeirada na cabeça.


Tudo não passou de segundos. Me vi no chão, de frente para os pés dos companheiros na reunião, com uma cadeira na minha cabeça, me impedindo de qualquer movimento.

Ouvi meu chefe rindo enquanto recolhia meus cacos. Outro companheiro voltou ao seu discurso como se nada tivesse acontecido.

Talvez ninguém tenha notado?

Respirei fundo e engoli a risada histérica que estava teimando em sair de mim.
A reunião terminou como deveria e cada um seguiu seu rumo antes do jantar.

Mais tarde todos me perguntaram se eu estava bem, se não havia me machucado muito. Se tinha alguma dor...

A gargalhada veio geral! 

Alguns choravam de tanto rir, pensavam que um laptop havia caído, um copo, qualquer coisa... menos eu.


A risada histérica teve seu momento de glória. O que fazer nessa situação?

Rir muito!

Lamentar o incômodo ocasionado pela dor. Não faz mal...

Como bem disse um dos companheiros mexicanos: "tudo bem Camila, não existe dor maior do que a vergonha!"


E doeu, viu?



"Na velocidade terrível da queda..."