Li um texto no site da Exame e resolvi dissertar sobre o assunto... de leve! Me vi bastante envolvida nessas situações atualmente.
Afinal, trabalhar com estrangeiros é igual trabalhar com brasileiro? Claro... que não!
Entre brasileiros já temos as famosas batidas de cabeça, e temos a mesma cultura... imagina alguém que foi criado do outro lado do oceano Atlântico?
Então aqui temos alguns hábitos do brasileiro que estrangeiros não entendem:
Rodear e rodear para, enfim, chegar ao ponto
O principal desafio do brasileiro ao lidar com outras culturas está, vejam só, na comunicação. E não é só uma questão de fluência em outro idioma. O que "pega" para os estrangeiros é a maneira como nos expressamos.
"O brasileiro precisa explicar antes de chegar ao ponto e os anglo-saxões, em geral, vão direto ao ponto: falam primeiro o que querem e, depois, tecem uma conversinha conforme o que o outro pede".
Verdade mais do que a verdade, somente a verdade.
Eu percebo isso enquanto falo com o chefe.
Geralmente ele me corta e diz "é isso que você quer dizer?" e eu cheia dos dedos e dos vejabem que somos condicionados dar desculpas, desde pequenos.
Assim como contar a história do "seu gato subiu no telhado"...
Lembrem-se: na maioria das vezes eles não entendem sarcasmo!
Aí eu me pego dizendo finalmente "tenemos un marrón", mais conhecido como "deu merda!"
Usar o "sim" como um "talvez"
"A gente não quer ferir a outra pessoa, vamos falando devagarinho e, às vezes, não somos totalmente francos ou diretos”. Assim, o "sim" vira "talvez"; o "talvez", "não" e o "não" propriamente dito nunca aparece – nas promessas, é claro, porque na prática, está presente o tempo todo. Diante disso, estrangeiros tendem a ficar confusos e, no pior dos cenários, frustrados.
Passei por isso com um colega alemão. Ele doido pra fazer uma reunião sobre um assunto que tomaria umas duas horas, mas eu tinha outra já agendada.
Tentei um "vamos ver se dá!"... o cara me olhou com cara de espanto e disse "Ou dá ou não dá Camila!! Qual o problema de dizer que que não??"...
Ok, compreendido... e aprendido: "Agora não posso falar com você, pode ser às 16h00?"
Olha que mais fácil??
Querer amigos, não colegas
Pesquisa da EY divulgada no mês passado mostra que o colega de trabalho ideal para quem mora no Brasil é inspirador, motivador, amigável e sociável. Ou seja, na prática, mais do que alguém que ajude a conseguir bons resultados, o brasileiro quer trabalhar com pessoas com quem seja fácil se relacionar. Isso se materializa, por exemplo, nas "necessárias" conversas pessoais antes de começar uma reunião, na ocupação do espaço do outro (nos comuns contatos físicos) e até em nossa (velada) dificuldade em separar o que é profissional do que é pessoal.
Estou tentando passar por cima disso, de verdade!!
Estou chegando à conclusão de que as pessoas (e nem eu) temos tempo de ficar perguntando do fim de semana ou vendo a foto do (meu) gato.
Muito menos quero pensar que todos deveriam ser amigos e se ver nos finais de semana. Já vi que isso também é complicado - intimidade demais é difícil quando se precisa aprender a ser direta.
Chega uma hora que cada um precisa ir pra sua casa, ver sua família e não ficar pensando em trabalho. Afinal, juntou mais de 3 da minha empresa, vira papo profissional! Um pouco mais leve, admito, mas ainda assim é o que é!
Estou chegando à conclusão de que as pessoas (e nem eu) temos tempo de ficar perguntando do fim de semana ou vendo a foto do (meu) gato.
Muito menos quero pensar que todos deveriam ser amigos e se ver nos finais de semana. Já vi que isso também é complicado - intimidade demais é difícil quando se precisa aprender a ser direta.
Chega uma hora que cada um precisa ir pra sua casa, ver sua família e não ficar pensando em trabalho. Afinal, juntou mais de 3 da minha empresa, vira papo profissional! Um pouco mais leve, admito, mas ainda assim é o que é!
Deixo o bla bla bla pro Happy Hour, ou aqui na Espanha "La Hora Feliz", que geralmente acontece a los "Juernes" :)
Buscar exceções – o tempo todo
"Nosso cotidiano é repleto de exceções". É o código de conduta que não é seguido à risca; a lei que, na prática, "não é bem assim" e por aí vai.
Isso não é válido em outras culturas. “Tendemos a ser indisciplinados, precisamos trabalhar com regras rígidas para que o "jeitinho" seja controlado".
Quando em contato com outras linhas corporativas, o brasileiro, além de ler, precisa seguir o manual – sem criar atalhos.
Hoje sou a pessoa que precisa manter as outras dentro dos manuais pré-estabelecidos, dos procedimentos, dos prazos...
Agora imaginem só, uma brasileira cheia de joguinho de cintura tentando se auto-convencer e aos outros, que não, não dá pra lançar esse produto em 2 semanas, sendo que deveria levar 6 meses... Que não dá pra parar a produção do produto X porque seu cliente quer o Y pra amanhã...
Que eu não posso te atender agora, mas por favor...
Continua sendo meu amigo??
Link pro texto original aqui
Acho que as diferenças são a magia de cada cultura... Mas no profissional deve dar um pouquinho de trabalho se adaptar a novas regras mais rígidas do que as que temos por aqui... Mas você da conta só recado!!!
ResponderExcluirBeijos
Ah siiim, tem que dar :D tb adoro as diferenças culturais ^^
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