sábado, 17 de dezembro de 2016

Quando o passado te persegue, mas você não sabe!

Esse vai ser um post esquisito pra um momento esquisito. Mas ele precisa existir, porque eu preciso jogar tudo isso pro alto e pra fora de mim.

Coisas que eu nem sabia que estavam aqui, escondidas, mas decidiram dar o ar da graça. E eu não estou achando graça... então... sai daqui!




Acho que quando eu me mudei pra Madrid eu esqueci da minha vida profissional passada. Ou pelo menos fingi que esqueci. Apesar de seguir na mesma empresa e ter verdadeira adoração pelo meu ex-chefe, e por alguns companheiros, minha vida era um real inferno.

Passei 6 anos e meio brigando muito com o espelho todas as manhãs, sem vontade de ir pro escritório e aguentar as pessoas que me rodeavam naquele momento. Vivia rodeada por um certo machismo de ser "uma menininha brincando de ser agrônoma", que "se acha, porque é da ESALQ" e coisas desse tom. Além de ter um problema sério no meio de uma situação de nepotismo dentro da empresa...




E por essas e outras me apelidaram carinhosamente de "Camilonça" - apelido do qual eu não tenho o mínimo de orgulho, porque no fim ninguém me dava a mínima mesmo!

No meio disso tudo eu tentava fugir dessa situação porque, como eu comentei antes, minha mãe me ensinou "que não criou sua filha pra isso". Então fui fazer cursos, pós-graduação, mestrado, Dale Carnegie, terapia... tudo pra tentar sair de lá. Mas nunca surgiu uma oportunidade melhor e atualmente acho que isso foi pura sorte, pois se eu tivesse saído eu não teria tido a oportunidade que tive e vivo nos últimos 3 anos!

Enquanto tempo passava e a minha paciência esgotava, a vida de Campinas passou a ser maravilhosa com amigos, bandas, shows, hamburguerías e gordices afins. E outro detalhe importante: eu amava meu trabalho diário! Adorava viajar, o contato com o pessoal da Internacional, e o fato do meu mundo ser o mundo inteiro. 



Isso não tinha salário nem cargo que pagasse... mas ainda assim era doído viver no limite do cheque especial e com a sensação de não ser reconhecida.

Como o Danilo sempre diz: tudo tem um porquê na vida!

Eu havia decidido terminar o mestrado do IAC e emendar um Doutorado na ESALQ, ou aceitar qualquer outro cargo que me oferecessem... fosse em Goiânia ou em Lucas do Rio Verde.

Mas tudo tem um porquê na vida!

Foi quando surgiu a vaga aqui... e o resto da história vocês já conhecem.

O que não conhecem, porque eu não contei, é o que eu tive que passar ou aguentar pra chegar até aqui. E muita gente não sabe mesmo, porque eu simplesmente matei e enterrei tudo isso, e resolvi não pensar mais no assunto.

Mas a vida, a vida é uma caixinha de surpresas... 



De repente um comentário num tom irônico me tocou no fundo da alma e parece que a Camilonça ressurgiu das profundezas do Universo... e eu entrei numa tristeza/angústia/estresse/sei-lá horrorosa. É um misto de nostalgia, com chateação, com orgulho,  é uma coisa estranha que me agarrou há umas 2 semanas e tá difícil de me largar.

Mas vai me largar... porque eu não sou mais aquela, minha vida não é mais aquilo, e se não fosse por tudo isso eu não seria o que EU SOU.

Assim que... mil desculpas pelo post "E o vento levou"...



Um beijo da Super Camila pra Camilonça... elas seriam ótimas amigas!

E uma musiquinha que eu me toquei hoje: Stop crying your heart out...


Hold up
Hold on
Don't be scared
You'll never change what's been and gone
May your smile shine on
Don't be scared
Your destiny may keep you warm

terça-feira, 1 de novembro de 2016

De repente, é Novembro!


Estou há meses sem escrever no meu blog, e nem me dei conta!

Não é por preguiça, nem falta de idéias, ou abandono do blog. Simplesmente porque eu acho que ainda estou em Agosto!

Por quê? Porque a vida anda uma loucura, e eu não consegui colocar as coisas em ordem. Mas acho que estou no caminho.

O final do Máster e a certificação do PMI consumiram metade do meu verão e do período de férias. Logo em seguida fui pra Valência passar o final de semana... e detestei (mas isso é assunto pra outro post). Dias depois entrei num avião e fui pro Brasil. Passamos 15 dias lá, incluindo meu aniver - afinal nós sabemos o que acontece quando eu passo meu cumpleaños por aqui!

Nos 15 dias de Brasil eu vi muita gente querida, fiquei sem ver alguns, tentei entender e que as pessoas me entendessem, tentei descansar e curtir todos os momentos. Mas dessa vez eu fiz diferente. Na última vez que fui ao Brasil, eu tinha uma planilha no Excel com, pelo menos, 5 encontros por dia. Pré-agendados e organizados... e o que eu mais consegui fazer foi me cansar e frustrar as pessoas! 

Desta vez eu organizei e pré-agendei sim, mas poucas pessoas, poucos encontros e que fossem muito produtivos! E fizemos uma festa de aniver durar 3 dias :)





Dia 1

Dia 2



Dia 3, com a idade correta... cof cof cof

No meio disso tudo rolou final das Olimpíadas, impeachment da Dilma e uma filosofada básica sobre... o que faríamos se voltássemos ao Brasil? 

E a resposta foi: não pretendemos voltar pro Brasil! Não é por não dar valor ao nosso país ou as nossas famílias, mas infelizmente o Brasil, de hoje, não oferece a calma, tranquilidade e felicidade de viver na Europa! O Brasil está caro - ridiculamente CARO, está perdido politicamente, está dividido, está violento... tá FODA! É o que posso comentar.

Madrid é a minha cidade favorita do mundo? NÃO! Nem de longe... mas é onde eu consigo viver em paz neste momento!

Ok, isso foi final de Agosto e início de Setembro. Voltamos pra cá e em seguida chegaram meus pais e um casal de amigos deles. Foi mais um mês de passeios, turismo, comidas, vinhos, cervejas e uns 3 kgs a mais.

Em Caixcaix <3

Em Madrid <3

Daí chegou Outubro e meus pais foram embora... então resolvemos procurar apartamento pra mudar (de novo), desistimos porque Madrid está mais cara!! A ironia da vida... E resolvemos mudar os cômodos de lugar e fingir que "mudamos" - foi legal! Tivemos que ir na Ikea comprar molduras novas e os quadros ainda não tem nada dentro. Mas vai ter!

Fiz outra reunião com meu grupo, dessa vez em Madrid, e não caí dessa vez... estou evoluindo... é tipo a evolução do Charmander pro Charizard... sim, meu marido chorou de alegria quando fiz esse comentário. E eu não sei se me dá orgulho ou vergonha alheia de mim mesma.


AWG Madrid - sem tombos

Recebi mais visitas no meio tempo, mais turismo, mais comida, mais cerveja... posts e reunião do BLPM, visita ao Nutri, volta pra dieta, quase fui pra Italia, desiste, compra a passagem pro final do ano e de repente, é Novembro!


Sudacas... :P

BLPMeeting!!

E vou ter que parafrasear John Lennon (e Allen Saunders): "a vida é o que acontece com a gente enquanto estamos fazendo outros planos".

Ah é!! E também teve show do Angra em Madrid!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Eu sou uma pessoa sem palavra...

Título esquisito né?

Mas é que hoje estou numa mistura de euforia com susto! Calma, eu explico...

Pra começar, precisei revisar este post aqui, sobre meu Máster en Project Management.

Eu deveria ter esperado mais antes de escrever este texto, porque acabei pagando com a minha língua os meus dedos.

Depois que escrevi este texto, eu tentei desistir do curso. Falei com meu chefe, meus professores, a coordenação, e todos que eu tinha direito. Ia sair mesmo, até o professor-mór disse "é, se você não está gostando, talvez isso não seja pra você".

A questão foi que o contrato já estava assinado e a minha única opção era acabar, ou passar pra turma de Abril. Mas... eu gostava da minha equipe (pelo menos) e preferia ficar com eles de uma vez.

Daí aconteceu que a equipe me fagocitou. Me abraçou de uma maneira especial, me disseram: "fica sim, a gente vai trabalhando junto e isso vai passar rápido". E olha que eu usufruí muito disso, e eles entenderam. Entenderam quando eu estava fora, quando não podia entregar a minha parte do projeto pra ontem, ou quando não participava da atividade X, mas podia fazer a Y.

E eu entendi que a minha função com eles não era entregar o pedaço do projeto, mas sim, ajuda-los com o Linkedin, com seus CVs, com os conflitos, com a conciliação dentro do grupo. E conseguimos passar pelos 9 meses sem uma briguinha sequer!

Enquanto isso comecei a gostar das classes... opa! O que? Isso!! Comecei a gostar... principalmente da parte de Tempo, Recursos Humanos e Comunicação... e depois Aquisições e logo... como era aquilo dos Riscos mesmo? E o Alcance, e a tal da EDT? 

Ah, e as pessoas? Pois acabei participando de 90% dos jantares, drinks e discotecas... e do fim de semana em Granada!!


Mercadonos Forever!
Graná!

Até da Cerimônia de Graduação!! Que foi MA-RA-VI-LHO-SA!



E nossa defesa?? Fantástica, bem ensaiada, elogiada...


E no fim, conforme já estava totalmente metida no assunto, acabei engolindo o livro da Rita que todos comentavam, lendo o PMBoK e treinando no Fast Track... para a minha certificação como Project Manager Professional... tipo, oi?

Passei na prova... HOJE! Essa prova carniça que precisa saber 200 coisas, pra responder 200 perguntas em 4 horas... Essa prova que a gente tem que ter 70% de acerto... essa prova que muita gente falha na primeira? EU PASSEI!!

Ou seja, eu não tenho palavra... eu sou uma ridícula...



E QUE BOM!!!








sábado, 2 de julho de 2016

As 10 coisas que eu menos gosto de Madrid

Olhaí! Post vergonha na cara!!

Acho que nos últimos meses escrevi muito mais pro BLPM do que pro Con Su Lado de Ca.

Mas não vejo problema!! Contanto que vocês sigam os dois, eu estarei contente!

Hoje me deu uma vontadinha de fazer um post #hater e reclamar um pouco das coisas de Madrid que eu não gosto!! 

Sim... eu sei que o Brasil está pior, mas isso não me tira o direito a reclamação! Afinal este é o intuito do meu blog: visões e opiniões unilaterais de minha pessoa!







Aí vamos - as 10 coisas que eu menos gosto de Madrid:


1. O calor INFERNAL do verão madrileño

Sem exageros! Quando eu digo INFERNAL com letras maísculas é porque é verdade. Agora mesmo, dia 02/07 as 20h40, a temperatura é de 32ºC... e não vai reduzir até amanhã cedo. O calor de Madrid é sufocante e tira a vontade de viver... e é capaz de durar os meses inteiros de Julho e Agosto! Fujam para as montanhas, literalmente.

Entendo o sentimento de Salvador Dali


2. O alto tom e volume de voz com os quais eles se comunicam


Espanhóis falam MUITO alto, e as mulheres são irritantemente estridentes enquanto todos os homens tem a voz super grave e falam pelo nariz. Quando cheguei em Madrid achei que todos estavam brigando, o tempo todo. Até que acostumei a não prestar atenção, pois era só uma conversa normal. Outra coisa que eles fazem é se despedir, andar 200 metros, lembrar de algo e gritar pra pessoa que já estava indo embora. Daí o diálogo começa outra vez, com os 200 metros de distância - enquanto você está no meio da guerra de vozes! 



3. O atendimento terrível em bares e restaurantes

Já comentei sobre isso neste post. No geral os serviços de atendimento a cliente são terríveis, por um lado porque nossa percepção americana de que é um serviço seja muito distinta, e por outro lado é que madrileños não fazem a mínima questão de ser agradáveis. É perfeitamente normal e aceitável ouvir um sonoro "que quieres?" ou "no lo haremos por ti" e a vida segue normalmente. O truque é ir a locais afastados no centro, e mais de uma vez no mesmo - pois os garçons tendem a gostar de ver que você voltou ao seu bar. Outro truque é frequentar hindus, tailandeses e outros estrangeiros, que te tratam mil vezes melhor, além de sempre ter desconto no The Fork.


4. Os cocos de cachorro pelas ruas e calçadas

Isso é nojento! Muita gente tem cachorro em apartamentos minúsculos, e os levam para passear entre 2 e 3 vezes ao dia. Em Madrid é obrigatório recolher las cacas de los perros, porém é tanta gente largando o coco pra traz, que até fizeram um mapeamento dos bairros mais marrons da cidade!! NOJO! Isso porque tem uma lixeira a cada 10 metros de calçadas... é falta de respeito com a vizinhança! Parece que a prefeitura começará a aplicar multas, mas o complicado é descobrir quem foi o porco que deixou aquele cocozão.

Fonte: Ayuntamiento de Madrid


5. Os motoristas no trânsito e na fila dupla

A falta de educação no trânsito é embasbacante! Já me peguei pensando várias vezes em abandonar o carro e nunca mais usar em Madrid... Além da falta de seta, gente gritando no meio da rua e ultrapassagens pela direita, é "meio que" permitido parar em filas duplas por emergências, como pegar crianças na escola ou tirar um idoso do carro. Porém essa regra é válida para quem quiser comprar pão ou cigarro, ou só porque o motorista não está a fim de estacionar. O trânsito caótico poderia ser bem melhor se não fosse pelos privilegiados que abandonam seus carros nas principais ruas e avenidas da cidade, e tudo bem!

6. As músicas dentro das lojas de roupas

Ultimamente sou muito mais adepta das compras online! Tem desconto, dá pra ver com calma, já conheço mais ou menos as lojas e os tamanhos e está dando certo fazer assim. Além da preguiça de ir a lojas, aqui parece que a música está colocada para que o cliente não queira passar muito tempo lá dentro. Pelo menos este repelente funciona comigo...

Senhora?
7. A falta de padarias

Ai que tristeee!! Que saudade que eu tenho de comprar pão francês fresquinho de padarias... e coxinhas, pastéis, risólis etc. Ou ir tomar um café da tarde, ou comprar mortadela e pão de queijo. Alguns produtos são fáceis de encontrar, mas cada um num canto da cidade. Pão é vendido por qualquer mercado ou chino da esquina. Mas não é a mesma coisa!

8. O "de sempre" nos bares

Pode ser que os espanhóis tenham a mesma sensação no Brasil. Mas aqui, ir a um bar, é quase sempre mais do mesmo: cerveza, jamón, tortilla de patata, vino... Não tem variedade, não tem suco natural, não tem uma calabrezinha? Ou um pastelzinho? Ou queijo de cabra sem cebola caramelizada? Sei lá... Truque para isso: buscar locais com cozinha fusión, vegetarianos, e estrangeiros citados acima - ótimo para sair da mesmice.

9. A falta de música ao vivo de qualidade

Acho que essa é minha maior frustração! Eu, tão acostumada ir sempre a barzinhos, a ouvir música de barzinho, a ser amiga dos músicos ou ser uma deles,  acompanhar bandas covers muito boas e tudo o mais! Aqui em Madrid é impossível ter música ao vivo. Por quê? Pelo barulho que eles fazem ao falar? Porque balada de madrileño é ficar conversando? Ok, eu sei que sim, tem música ao vivo! Mas até hoje só vi baixa qualidade e falta de respeito com o público. Mas confesso que me fechei a isso de seguir buscando outras possibilidades de poder ouvir uma musiquinha! Enquanto isso, é Spotify, Youtube e esperar chegar no Brasil.





10. O fato de que Madrid está a 10 mil km do Brasil

Essa é a pior parte de Madrid!! Sei que este post dá a impressão de que nada funciona aqui, mas sim, a cidade tem muita coisa boa que eu faço questão de apresentar para quem nos visita! Mas bem que podia ser mais pertinho, né?





Pra quem quiser ler outro post #hater, eu adoro este do Desbravando Madrid!




segunda-feira, 7 de março de 2016

Estress e Pollyannas

Ultimamente estou guardando meu conteúdo madrileño pro BLPM, e deixando meus assuntos pessoais/filosofais pro Con Su Lado de Ca.

Então, aqui vai mais um texto pensativo, numa segunda-feira de Março de 2016.

Na semana passada eu estive numa reunião totalmente organizada por mim, mais uma vez. Lembram do tombo no ano passado? Desta vez foi em Belfast, mas eu não levei nenhum tombo! E sabem o que é mais irônico? Meu trabalho atual se baseia em biostimulantes e seu papel como anti-estress em plantas! Ha-ha...

Eu e as minhas algas, as estressadas anti-estress!

Mas eu estava estressadinha... dando patada pro ar, irritada com tudo... e por que? Absolutamente por NADA! Seguiu tudo como devia, nenhuma reclamação, e muito pelo contrário – o pessoal todo felizão.

No meio da reunião tivemos que nos despedir de um amigo e companheiro muito querido. Ele decidiu mudar de vida e de trabalho para estar mais perto do seu filho mais velho. Jogou pro ar um projeto de 10 anos, pra cuidar da saúde da sua família.

E eu chorei... mas não por sua saída, mas porque eu admirei imensamente a sua coragem e a calma com a qual ele levou toda a situação. O que eu faria no lugar dele? Não sei responder.

Quando me deparo com uma situação dessa eu só consigo olhar para os dois lados e tentar ser o mais justa possível. Mas no final, nossa saúde e bem estar não podem estar acima de nenhum projeto – por mais importante que ele seja. Seja o emprego, o mestrado, a pós, o relacionamento...

Na real, eu gosto bastante de fazer esse tipo de reflexão, e quem sabe um dia, poder atingir outras pessoas. Não é meu objetivo aqui, mas é algo que passa por mim de tempos em tempos.

Ultimamente tenho notado o alto nível de estresse e ansiedade em algumas pessoas e isso chama a minha atenção para tentar ser diferente. Ou tentar voltar a ser diferente.

Quando estava em Campinas, tive a felicidade de poder fazer terapia, e alguns cursos de comunicação e desenvolvimento pessoal. Mas na real foram tapas na minha cara, e me fizeram crescer e aparecer! Um deles foi o “Comunicação Eficaz e Competências Interpessoais” do Dale Carnegie. Super recomendo!

Aprendi a ouvir outras pessoas, aprendi que meus problemas não eram nada comparados aos problemas de pessoas doentes, ou que perderam familiares, ou qualquer outra coisa... Na realidade, meus problemas eram e são nada!! NOSSOS problemas são nada! A não ser que deixemos que eles sejam...

Na semana passada estava conversando com o Dan, de como eu topo com pessoas que me mostram  o quanto eu preciso me controlar – no sentido estress. Percebo nos outros a preocupação à toa, a gastrite, a falta de sono... ops? Será que estou falando dos outros ou de mim mesma? Serviu de “Ê - Pó pará!” (à là Aniele).

Além de tudo isso, me deparei mais uma vez com uma “Pollyanna” – tenho várias. Não sabe de onde saiu isso? É de uma série de livros sobre Pollyanna, uma menina, que após a morte de seu pai,  se muda de cidade para ir morar com uma tia muito chata! Em sua nova casa e condição, passa a ensinar às pessoas o "jogo do contente" que havia aprendido com o seu pai. O jogo consiste em procurar extrair algo de bom e positivo em tudo, mesmo nas coisas piores coisas que podem acontecer! E a Pollyanna passa por muitos perrengues... mas ela continua fazendo o jogo do contente!

Minhas Pollyannas são a Xiboka, o Pop e a agora, a Suz. Passar 5 minutos com eles é abrir os olhos e reaprender a viver. Sério.

Falando mais em livros, no Dale Carnegie, tive que ler alguns, que deixo como indicação aqui:

- Como fazer amigos e influenciar pessoas

- Como evitar preocupações e começar a viver

Soa brega? Bastante... e valem muito a pena!

E das regras que eu nunca poderei me esquecer:

1. Não critique, Não condene, Não se queixe.
2. Aprecie honesta e sinceramente.
3. Desperte um forte desejo nos demais.
4. Torne-se verdadeiramente interessado na outra pessoa.
5. Sorria.
6. Lembre-se que o nome de uma pessoa é para ela o som mais doce e mais importante que existe em qualquer idioma.
7. Seja um bom ouvinte. Incentive os outros a falar sobre eles mesmos.
8. Fale de coisas que interessem à outra pessoa.
9. Faça a outra pessoa sentir-se importante e faça-o com sinceridade


Então... eu faço tudo isso? NÃO! Mas eu bem que sigo tentando... e vou tentar sempre!

Stela, minha professora de descanso

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

As frases que mudaram a minha vida

Cabo da Roca - O ponto mais ocidental da Europa <3

Outro dia estava almoçando com uma amiga aqui em Madrid, e estávamos compartilhando pérolas e causos da vida – como se fossemos duas “anciãs” (trintonas)... 

Minha amiga me disse que estava no Carnaval, em Salvador, e de repente um cara gringo perguntou: “Quantos países você já conheceu?

Minha amiga não teve como responder algo diferente de “só o Brasil, uai?!

E de repente ela se deu conta de que o mundo era grande demais para estar somente num lugar. E, praticamente no dia seguinte, começou sua vida de viajante, conheceu mais da metade do mundo, trabalhou em cruzeiros, conheceu um grande amor, vive feliz com ele em Madrid!

Minha amiga me chamou a atenção ao dizer que essa frase mudou a vida dela – "Quantos países você já conheceu?

Passei o resto do dia meditando. Qual foi a frase que mudou a minha vida?

Diferente dela, eu não consegui pensar em uma só frase, senão em um conjunto de várias delas, em momentos diferentes:

“Eu não criei a minha filha pra isso!”

Frase clássica da mamãe, em conjunto com “9,5 não é 10”, “mas você não é todo mundo” e outras pérolas mais. Mas quando ela soltou essa “Eu não criei a minha filha pra isso!” me fez parar pra pensar em um dado momento da minha vida profissional, e tentar mudar o rumo da minha omissão em algumas coisas. 

Me fez ter coragem pra bater o pé e dizer sonoros “não, eu não estou de acordo” que me acompanham até hoje e moldaram a minha personalidade adulta.

“A Stela é linda!”

Quando o Dan se mudou pra Campinas, ao mesmo tempo já quis adotar um gato. Estávamos buscando em sites e centros veterinários por filhotes, e já bem decepcionados por perder alguns que tínhamos gostado. Finalmente achamos dois gatinhos amarelos que iam pra nossa casa, mas no último momento o Dan foi convidado a conhecer o gatil da ONG. De lá ele me ligou e começou a contar dos gatos que tinha  visto e gostado: “A Tigrinha é brava, o Feijão ronronou e...  a Stela é linda!”. 

Chegando em casa repassamos as possibilidades e concluímos que a Teté teria menos chance de ser adotada, por já ter 1 ano de idade e ser mamãe. 
O resto dessa história, ainda muito recente, é sobre um casal e sua gata de 5 anos que se mudou pra Madrid ^^  

“Tudo que você deseja está acontecendo”

Essa frase foi do meu tio Pado, poeta e uma das pessoas mais sensíveis do mundo. Mas acho que ele não deve nem lembrar quando me disse isso, e nem deve saber porque significou tanto pra mim. Foi no dia em que defendi meu mestrado, logo quando tudo acabou e eu recebi o título de Mestre. 

Naquela semana eu já sabia da vaga disponível na Espanha, e que meu chefe do Brasil ia mandar uma indicação em meu nome, mas não tinha contado pra ninguém dessa possibilidade. O tio Pado me deu um abraço, parabenizando pelo mestrado, e disse “Tudo que você deseja está acontecendo”. E eu desejei que isso fosse verdade... e foi!

“A casa não está vazia”

Nos últimos dias de Brasil, tudo foi uma loucura. Casamento, despedidas das nossas bandas e projetos, jantares e almoços de despedidas com os amigos, fazer malas, doar roupas, vender móveis... Justo quando faltavam um ou dois dias pra minha ida, a galera foi em casa, almoçou, e logo fizemos uma task force pra retirar o restante dos móveis da casa. 

Daí todo mundo foi descendo e indo embora e eu voltei pra dentro do apartamento pra checar a Stela, que estava perdidíssima com tudo. Me deparei com a sala imensa e vazia – só a TV na minha frente – sentei no chão e a Teté sentou no meu colo. 

Quando o Dan voltou eu estava chorando copiosamente, filosofando sobre o que eu estava fazendo da vida ao largar tudo e todos e indo embora do país. Falei pra ele: “Olha essa casa vazia!”, minha casa que antes era o QG dos amigos e das tantas noitadas em Campinas. O Dan sentou ao meu lado, abraçou nós duas e disse “A casa não está vazia!”. 

Foi daí que eu me dei conta que eu não precisava de móveis, roupas, ou qualquer bem material pra me sentir totalmente completa. No apartamento que alugamos hoje estão os móveis de outra pessoa, roupas que eu comprei aqui, e provavelmente várias coisas que eu não levaria comigo se me mudasse pra outro lugar. Mas a minha casa nunca está vazia!


Obviamente há muitas outras frases que mudaram a minha vida, em outras idades e outras fases, mas essas são as frases que eu sinto que me trouxeram onde estou. Espero seguir colecionando frases ao longo da vida.

Obrigada, Manaíra, por me fazer pensar em tudo isso.

E de bônus, a musiquinha do Bon Jovi que me guia nessas horas:

Right here, right now, you're exactly where you're supposed to be